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Josee to Tora to Sakana-tachi (Josee, the Tiger and the Fish) - Completo

Usuário deletado 49282

Josee to Tora to Sakana-tachi (Josee, the Tiger and the Fish) - Completo

Mensagem por Usuário deletado 49282 »

Josee to Tora to Sakana-tachi

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  • Volumes: 2
  • Capítulos: 11
  • Estado: Concluído
  • Publicado: 6 de janeiro de 2020 a 6 de outubro de 2020
  • Gêneros: Drama , Romance , Slice of Life
  • Tema: Artes Visuais
  • Serialização: Da Vinci
  • Autores: Emoto, Nao (Art), Tanabe, Seiko (Story)

Sinopse: Um drama romântico juvenil com temas de crescimento, a história se concentra na estudante universitária Tsuneo e na sonhadora Josee, que vive sua vida presa em uma cadeira de rodas. Josee, nomeada em homenagem à heroína de Nuvens Maravilhosas de Françoise Sagan, passa a maior parte de seus dias lendo e pintando até que por acaso ela encontra Tsuneo e decide que é hora de enfrentar o mundo real.

Adaptação em longa metragem: [Cadastre-se e faça o login para poder ter acesso ao link. É só clicar no botão de Registrar ou Entrar, logo abaixo da imagem do topo.]

Download:
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Análise do longa:

Josee to Tora é uma das melhores obras que tive o prazer de ver em 2022, e certamente vai figurar durante muito tempo como um dos melhores filmes de animação que já vi nos últimos anos, e ao longo dessa análise irei explicar o porquê.
Escrever uma análise de um filme nunca é algo fácil, principalmente filmes de animação oriental, onde sempre vamos tomar como base critérios e princípios que pegamos dos animes televisionados, e aplicar em uma estrutura completamente diferente, que é o longa-metragem. O filme tem o difícil papel de te apresentar bons personagens, bem escritos, com motivações, desejos, um plot coeso, bem estruturado, com primeiro, segundo e terceiro ato, e isso tudo dentro de no máximo duas horas, coisa que é muito mais “fácil” fazer em uma obra de 12 ou 24 episódios, mesmo assim, essa obra consegue entregar o que muito anime de temporada não consegue, e faz isso de maneira magistral.

Eu te amo Bones
Esse longa foi produzido pelo estúdio Bones, e dirigido por Tamura Koutarou, diretor ai de obras como Fullmetal Brotherhood, Noragami e Baccano, e aqui, como em Noragami por exemplo, ele consegue demonstrar todo seu conhecimento dentro desse ramo de animações. A direção de Koutarou é quase irretocável aqui, a forma com que ele consegue conduzir a história de maneira orgânica, através de seus planos, sequencias de “ação”, o time que ele consegue dar para a parte cômica, tudo isso aqui é feito com muito cuidado e delicadeza mesmo, coisa que ao longo dessa análise, vão ver que foi algo essencial para compor esse filme.
Sobre a Bones, dispensa comentários né, Bones é Bones.

Do tigre ao peixe: Como construir bons personagens
Essa obra é calcada quase que totalmente em seus personagens, mais precisamente nos dois protagonistas, Tsuneo e Josee, que ditam muito do clima que essa obra possui. Nós somos introduzidos nessa história pela visão do Tsuneo, um jovem japonês padrão, que trabalha em alguns lugares a fim de juntar uma grana e realizar um grande sonho que possui, e é justamente em um desses empregos que ele acaba conhecendo a Josee, uma jovem que vive uma vida pacata com sua avo, mas existe um porém, Josee possui algumas necessidades especiais, por não possuir sensibilidade em suas pernas, e isso faz com que sua avo a prive muito de viver o mundo lá fora, de sair, conhecer novas pessoas, ver novas coisas, muito pelo medo do que pode ocorrer caso Josse “vire passarinho” e voe pela janela, e isso nos diz muito de como Josse pensa e vê o mundo em sua volta.
Josse é uma jovem adulta, porém vemos claramente que ela ainda possui uma forma de pensar e agir muito parecido com uma adolescente, muito pelo fato de ter crescido e vivido com essa limitação, a impedindo de sair de casa e passar pelos medos, inseguranças e felicidades que um jovem sem essa limitação possui, por consequência disso, vemos que isso limitou sua forma de pensar, suas ideias e opiniões. Mesmo o filme não apresentando isso de forma clara, vemos de forma implícita que tudo relacionado a personalidade de Josse, é baseada na convivência com sua avo, e basicamente daquilo que ela consome da mídia (animes, mangas, doramas etc), novamente, nada disso é dito ou mostrado no filme, mas foi algo que para mim ficou bem claro ao acompanhar a dinâmica dela com o Tsuneo.
Já sobre o Tsuneo, eu não diria que ele é um personagem ruim, muito longe disso, dentro do escopo do filme, ele se encaixa muito bem, cumprindo sua proposta narrativa, e em muitas vezes tomando a frente nos pontos chaves da obra. Eu só acho que ele poderia ser um pouco mais bem desenvolvido, e aqui entra aquela limitação que já havia falado antes, é difícil trabalhar personagens de maneira profunda em 1h e 30min, e mesmo nesse tempo limitado, a Bones conseguiu nos entregar um bom personagem, porém sem muita profundidade.
Tsuneo, ao longo do filme, vai nos mostrando que a coisa mais importante na vida dele atualmente é conseguir uma bolsa de estudos no Mexico, para poder realizar seu sonho, e é justamente ai que gostaria que filme se aprofundasse, de onde surgiu seu sonho, o que o motivou a movimentar mundos e fundos em busca desse sonho, ou seus percalços e dificuldades nessa trajetória... Não que o filme não faça isso, salvo engano existe uma passagem que ele fala um pouco mais sobre esse sonho, e suas motivações, mas para mim, simplesmente não convenceu, acabou ficando um tanto quanto raso esse aspecto no personagem, e para mim, isso acaba refletindo em suas ações dentro do filme.
Como mencionado acima, muitas vezes Tsuneo toma a frente da unidade de ação para movimentar a história, e acho isso sensacional, mas novamente, o filme não construí essa personalidade com certa antecedência no personagem, tanto que da primeira vez que ele toma uma ação mais drástica que dá o primeiro kick da história, eu até estranhei um pouco, porque até então aquele personagem foi nos mostrado apenas como um jovem assalariado médio, que vive dia após dia de uma maneira monótona, e tudo bem, o personagem já poderia carregar consigo essa personalidade mais ativa antes dos acontecimentos do filme, mas como já dizia o ditado “não fale, mostre”, e nesse caso nem foi mostrado nem falado, então fica meio difícil entender o Tsuneo como um personagem crível, mas novamente, isso está longe de ser um problema grave, em suma, ele cumpre bem o seu papel dentro da trama.

O Tigre, a complexidade em forma e ação
Eu queria reservar um espaço nessa análise para discutir a importância e o impacto que a Josee teve em minha experiencia com a obra, e acredito que na experiência de muitas pessoas também. Josse é uma personagem que possui uma limitação motora, e isso por si só construí muito da pessoa que ela é, mas o que mais achei incrível nessa obra, é que o tema “deficiência” foi abordado de maneira tão sutil, tão delicada, mas que me pegou de uma maneira tão forte, que pareceu um soco na cara quando me dei conta.
O fato da personagem possuir essa limitação, não a impediu de tomar as rédeas de sua vida e finalmente conseguir voar pelo mundo afora, e isso deve ter conversado com o íntimo de muitas pessoas, principalmente aquelas que hoje se veem na mesma posição que que a protagonista da obra,com a sensação de que não é “livre”, sabendo que o dia de amanhã será o mesmo que o dia de hoje, que por sua vez foi o mesmo de ontem, e assim incansavelmente até chegar o dia em que talvez desanime de vez. O fato da personagem, mesmo tendo passado por muitos problemas em sua vida, tanto fora com dentro do tempo de tela do filme, como mostrado na sequência do metro por exemplo, não fez com que ela perdesse a esperança de conseguir viver uma vida normal, então quando vemos ela se arrastando pela praia, para saber se de fato o gosto da agua do mar é salgada, aquela cena é simplesmente maravilhosa, ela nos mostra que mesmo com todas as limitações que possuímos, somos capazes de ir em frente, de chegar até o fim de uma saga, de ir atrás daquilo que nos faz bem, e toda a importância que essa cena trás, com ela se arrastando para a beira do mar, e logo em seguida o Tsuneo a segurando e brincando a beira do mar, claramente nos mostra que foi ali que a Josse conseguiu “superar” o falecimento de seu pai, e conseguiu abrir os olhos para um novo mundo que ela poderia conhecer, e o guia dessa novo mundo é justamente Tsuneo, que representa, acima de tudo, o espirito de liberdade que Josee adquiriu após essa passagem tão significativa que mencionei acima. Falar mais do que isso já entraria em spoilers grandes do filme, então recomendo que veja a obra, e tente apreciar o restante das passagens que o filme tem a lhe oferecer.

A estrutura narrativa de Kimi no na wa, mas feita de forma descente
Estruturalmente falando, o filme é simples, ele segue aquele mesmo molde de romance que tantos outros filmes seguem, como Kimi no na wa por exemplo, a grande diferença aqui é que nesse filme, isso funciona. Aqui conseguimos perceber que a Bones preferiu seguir no “safe”, optou por aplicar ao filme uma estrutura mais “pé no chão”, tomando como base filmes que usam essa mesma estrutura, e que já deram certo. Essa estrutura que me refiro é aquele clássico: É nos apresentados dois personagens, eles eventualmente se encontram, rola um conflito em algum nível, eles superam alguma dificuldade juntos, se apaixonarem, rola um grande problema no fim, famoso clímax, e depois o filme se encerra mostrando que no fim ficou tudo bem... Mais clichê que isso, impossível! Mas não me entenda mal, isso funciona muito bem aqui, muito por conta dos personagens, que trazem um charme para esse roteiro, então mesmo que estruturalmente essa obra não seja algo disruptivo, ela compre bem seu papel, diferentemente de outros filmes por aí né *cof cof your name cof cof*

A estética que vai além do belo
Tecnicamente falando, essa obra é praticamente perfeito, desde sua animação fluida e bem orgânica, até seu character e environment design, tudo aqui foi feito realmente com muito carinho, e isso fica bem claro logo no começo. Inegavelmente, a grande estrela no quesito estética é justamente a Josee, que consegue nos passar muito da pessoa que ela é, apenas pelo seu design.
Suas outlines são leves, com pequenas “falhas” no traço, nos passando a impressão que aquilo foi desenhado a mão mesmo sabe? No lápis e papel. A escolha de cores que compõem a personagem, principalmente em suas roupas mais “clássicas” por assim dizer, a forma com que olha as coisas a sua volta, com uma inocência que lembra o olhar de uma criança que experimenta pela primeira vez um sorvete, ou quando sente vergonha de algumas coisas quando está próxima a Tsuneo. Sua estética, unida a uma animação bem orgânica, deu muita vida a personagem, tornando ela a grande estrela da obra mesmo, sem dúvida.
Todo o restante é igualmente bom, a qualidade dos cenários é belíssima, as texturas que os vidros e madeiras tem é sensacional! A forma com que os personagens interagem com elementos do cenário, como quando uma personagem está atrás de um vidro bem texturizado, distorcendo um pouco sua imagem, cena essa que inclusive possui um subtexto visual bacana, mostrando a distância sentimental que uma personagem tem com a outra, que está do outro lado do vidro... São esses pequenos detalhes que tornam essa obra esteticamente linda, e é uma estética que vai além do genericamente belo, é algo emocionalmente impactante, ao menos para mim.
Finalizando, essa obra é um filme realmente tocante, consegue abordar temas delicados de uma forma igualmente delicada e sutil, coisa que a muito tempo não via na indústria de animes, pois sabemos que a última coisa que japonês é em anime é sutil né, então por essa e outras, que Josse to Tora é um filme excelente, e está entre os melhores romances dos últimos anos, fácil.
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